Essa frase de Berdiaev foi algo de que lembrei bastante no últimos dias. Diante dos fatos noticiados nas últimas semanas nas esferas federal, estadual e municipal, no que se refere a gestão da coisa pública, está nítido o vale-tudo pró fim. Ou seja, se há um resultado positivo (para alguém ou alguma instituição em particular) no fim de determinado caminho, seu percurso não importa. Não importa de que maneira será o caminhar e o proceder na busca pelos objetivos das pessoas ou instituições, mas tão somente os objetivos.
Como consequência, o Brasil vive uma sensação de caos total na administração do país, governabilidade impossível, credibilidade política nula, acentuação dos problemas político-sociais em todas as suas regiões. Nosso estado, infelizmente, sofre as consequências desse descontrole social e, na área da segurança pública, por exemplo, lidera o ranking dos mais violentos da federação, registrando mais de 900 homicídios até meados do presente mês.
Esse e outros problemas vivenciados pela população, não só aqui como nas mais diversas regiões do país, é consequência de ações planejadas (ou não) sem considerar a importância dos meios utilizados em suas execuções que, recorre sempre ou quase sempre, à práticas ilícitas. Isso porque a atenção, na maioria dos casos, está voltada para a finalidade que, geral e infelizmente, é o benefício individual, pessoa física ou jurídica ou um grupo específico, sem contudo, anexar o coletivo ao conjunto de beneficiários.
Dessa forma, o sistema se apresenta contraditório, visto que deveria priorizar o coletivo em detrimento do individual e restrito. No entanto, ocorre justamente o contrário, a massa, em vez de ser contemplada nas ações dos governos, passam a ser vítimas, como está evidenciado no caso das reformas do governo: terceirização irrestrita (já aprovada), reformas trabalhista e previdenciária etc.
O resultado de tudo isso é o aumento, que parece ser orquestrado, das desigualdades sociais. Assim, ficam cada vez mais segregados dois grupos extremos em que de um lado aparecem uns com tão pouco e sob constante ameaça de perder o pouco que têm, tendo, às vezes, negados até mesmo os direitos básicos e fundamentais.
E no outro extremo, aparecem outros com tanto e com tanta influência para adquirir até direitos e serviços dos quais não dispõe. Mas capacidade de manipular e governar os meios que controlam as ações dos poderes, tendem a facilitar seus privilégios, mesmo que para isso, o extremo pobre, pouco informado e sem influência, sofra a falta justamente do que eles têm em excesso, legalmente ou não. Visto que a esses, só interessam os fins.
Primeiramente quero parabenizar ao autor do texto onde faz uma breve análise de como esta o nosso sistema político brasileiro e as vezes esse tipo de visão nus faz pensar e analisar nosso sistema político local. Analisando o que está descrevendo o texto me fez lembrar do famoso escritor inglês Aldous Huxley onde ele cita que " os fins não podem justificar os meios, porque os menios usados determinam a natureza do fim que é alcançando."
ResponderExcluirParabéns pela criatividade.